"Eles disseram: Faz isto, faz aquilo, não olhes para a esquerda nem para a direita, não leias o texto. Não vejas a máquina inteira.
És apenas responsável por esta anilha. Esta é a vossa única preocupação.
Não se incomodem com o que está acima de vocês. Não há nada a temer...
O nosso pequeno funcionário é um trabalhador diligente.
É um simples mecânico. É um homem pequeno. Os ouvidos dos pequenos homens não ouvem, os seus olhos não vêem.
Nós pensamos, eles não.
- Responde-lhes, disse a ele próprio, o pequeno homem, o homem com uma cabeça própria...
Porque será que vejo o precipício - estará alguém ao comando?...
Deu um passo atrás e viu - que monstro. Não acredita. Esfrega os olhos e - sim, está ali...
- Eu vejo o monstro. Eu faço parte do sistema. Assinei a inscrição. Só agora vejo o resto. Esta anilha faz parte de uma bomba. Esta anilha sou eu. Como não consegui ver, e como continuam os outros a colocar as anilhas.
Quem mais sabe disto?"
(excerto do poema de Mordechai Vanunu, escrito na prisão de Ashkelon)
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