quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nova morada da página Liberdade para Vanunu


[aspecto da página antiga]

Todos os conteúdos que estavam no endereço http://grupo19aisp.no.sapo.pt/vanunu foram transferidos para http://liberdadeparavanunu.blogspot.com no dia 12 de Janeiro de 2012. A maioria dos textos foi inserida nas datas originais por uma questão de rigor histórico e para facilitar as consultas. No caso das notícias, foram mantidos todos os links, mesmo os que já não remetem para os artigos originais.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Liberdade para Mordechai Vanunu

Mordechai Vanunu é um ex-técnico nuclear, que esteve preso em Israel durante quase 18 anos, por ter revelado a existência do programa de armamento nuclear desse país.

Vanunu foi raptado a 30 de Setembro de 1986, julgado irregularmente e mantido durante mais de 11 anos em regime de solitária, isolado numa cela minúscula, um castigo que a Amnistia Internacional considera cruel, desumano e degradante.

A 21 de Abril de 2004 foi finalmente libertado, embora as autoridades israelitas lhe tenham imposto um conjunto de restrições - como não poder entrar numa embaixada, dar entrevistas ou sair do país.

A Amnistia Internacional, através do seu Grupo Local 19 (Sintra) continua a exigir a libertação total e incondicional de Mordechai Vanunu. Conheça a sua história através desta página.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

LUSA: 'Israel: "Espião nuclear" Mordechai Vanunu libertado após três meses de prisão'

Jerusalém, 08 ago (Lusa) - O "espião nuclear" israelita Mordechai Vanunu foi hoje libertado após quase três meses de prisão imposta por violar uma ordem proibindo qualquer contacto com os estrangeiros, disse uma porta-voz prisional.

Vanunu foi condenado em dezembro a três meses de prisão por violar uma ordem que o proibia de entrar em contacto com estrangeiros, incluindo jornalistas.

O israelita foi detido em dezembro num hotel de Jerusalém Oriental e, segundo o 'site' Y-Net, deveu-se ao contacto com uma cidadã norueguesa.

Fonte: Pedro Primo Figueiredo/LUSA

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Israeli government urged not to jail nuclear whistleblower again

Press release - 12 May 2010
AI Index: PRE01/154/2010


Amnesty International today urged the Israeli government not to imprison nuclear whistleblower Mordechai Vanunu, who is facing a return to jail within days.

The Israeli Supreme Court ruled on 11 May that Vanunu, who served 18 years in prison for revealing information about Israel’s nuclear programme, must serve a further three months for meeting a foreign national, a violation of the restrictions imposed on him by the military since his release.

“If Mordechai Vanunu is imprisoned again, Amnesty International will declare him to be a prisoner of conscience and call for his immediate and unconditional release,” said Philip Luther, Amnesty International’s Deputy Director for the Middle East and North Africa.

Vanunu, 56, who is banned from leaving the country, told Amnesty International on 12 May: “Whether I go to prison or not, it doesn’t matter to me. I feel like I’m in prison already, trapped in Israel.”

A former technician at Israel's nuclear plant near the southern town of Dimona, Vanunu revealed details of the country's nuclear arsenal to UK newspaper The Sunday Times in 1986.

He was abducted by Mossad agents in Italy on 30 September 1986 and secretly taken to Israel where he was tried and sentenced to a prison term of 18 years, the first 11 years of which he spent in solitary confinement.

When he was released in April 2004, the Israeli authorities considered placing him under administrative detention, but the option was rejected as illegal by Israel’s Attorney General.

Instead, he has been subject to police supervision since his release under the terms of a draconian military order which is renewed every six months, most recently in April 2010. According to the order, Vanunu is banned from communicating with foreigners, including journalists; he cannot leave the country; he is forbidden from visiting foreign embassies; and must inform the authorities if he wishes to change addresses.

“The ongoing restrictions placed on Mordechai Vanunu have meant that he has been unable to move to the USA to live with his adopted family, placing a huge strain on his mental and physical health,” said Philip Luther.

“They.are not parole restrictions since he served his full 18-year term. They arbitrarily limit his rights to freedom of movement, expression and association are therefore in breach of international law.”

Vanunu was convicted on 30 April 2007 of contact with a foreign national without authorization and sentenced to six months, reduced on appeal to three.

He was given the option of doing community service in West Jerusalem instead of serving the three months in jail. He declined, citing fears for his safety as many Israelis consider him a national traitor, and instead offered to carry out the service in Palestinian East Jerusalem, where he now lives. The court refused and ordered him to be returned to jail by 23 May.

Speaking to Amnesty International, Vanunu expressed a sense of hopelessness, saying despite international efforts when he was in prison and subsequently to lift the restrictions imposed on him by the Israeli authorities “no one has been able to help for 24 years”.

Public Document
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For more information please call Amnesty International's press office in London, UK, on +44 20 7413 5566 or email: press@amnesty.org
International Secretariat, Amnesty International, 1 Easton St., London WC1X 0DW, UK
www.amnesty.org

RTP: 'Ex-técnico nuclear israelita Mordechai Vanunu condenado a prisão'

O antigo técnico nuclear israelita, Mordechai Vanunu, que passou 18 anos na prisão por espionagem, foi condenado, terça-feira, a três meses de cadeia por um tribunal de Israel. Vanunu, que cumpriu pena até 2004 por divulgar ao mundo o programa nuclear clandestino de Israel, foi desta vez condenado por se recusar a levar a cabo trabalho comunitário em Jerusalém Ocidental, alegando temer represálias por parte dos judeus fundamentalistas.

O Supremo Tribunal de Israel rejeitou o recurso, apresentado por Mordechai Vanunu, que tinha sido condenado em Dezembro a três meses de prisão, ou alternativamente, a três meses de serviço comunitário, por ter violado uma ordem judicial que lhe interditava todo o contacto com estrangeiros.

No apelo feito aos juízes, Vanunu explicava que estava pronto a efectuar o referido trabalho comunitário, se lhe fosse permitido fazê-lo em Jerusalém Oriental, no sector de maioria árabe anexado em 1967, e não no sector Ocidental na parte judaica da cidade santa. Dizia recear que a população israelita deste sector da cidade pudesse atentar contra a sua integridade física.

Trabalho "adequado"

O Supremo Tribunal de Israel recusou os argumentos de Vanunu, afirmando que as autoridades lhe tinham encontrado um trabalho de interesse público em Jerusalém Ocidental, "adequado à sua pessoa".

A sentença do tribunal afirma: "mas o réu recusou e o tribunal não teve outra escolha senão condená-lo a uma pena de três meses de prisão que ele deverá cumprir a partir de 23 de Maio".

Um dos advogados de acusação do Estado, Dan Eldad, disse a um órgão de informação israelita que "o tribunal tentou por todos os meios evitar enviar Vanunu para a cadeia mas "não teve outra opção".

Segurança do Estado

Segundo o site de notícias israelita "Ynet News" o procurador afirmou, durante a audiência, que "Mordechai Vanunu continuava a pôr em risco a segurança do Estado, mesmo 24 anos depois da sua primeira detenção".

Desde que foi libertado da prisão, em Abril de 2004, Vanunu já foi inculpado pelo menos 21 vezes pela justiça israelita por ter infringido as restrições à sua liberdade.

O ex-técnico da central nuclear de Dimona , no sul de Israel, está proibido de deixar o território nacional ou de entrar em contacto com estrangeiros, nomeadamente jornalistas, sem autorização prévia.

Convertido ao cristianismo Vanunu diz que já não se considera israelita e desde a sua libertação tem vindo a pedir asilo, em vão, a vários países ocidentais, queixando-se de estar a ser alvo de uma vigilância constante.

Raptado pelos serviços secretos

O antigo técnico, actualmente com 55 anos, foi condenado em 1986 por espionagem, depois de ter revelado os segredos nacionais do Estado Judaico ao jornal londrino "Sunday Times", que depois veio a publicá-los.

A prisão esteve rodeada de circunstâncias rocambolescas. Vanunu, então a viver no Reino Unido, foi alegadamente atraído sob falsos pretextos a Itália, numa operação dos serviços secretos israelitas. Terá sido então raptado, drogado e enviado clandestinamente para Israel a fim de ser julgado. Onze dos dezoito anos de prisão a que foi sentenciado foram cumpridos em regime de solitária.

100 a 300 ogivas nucleares

A informação divulgada por Vanunu levou os analistas nucleares a concluir que os israelitas dispõem de 100 a 300 ogivas nucleares.

Israel nunca chegou a confirmar ou a desmentir estas informações. O país não é signatário do tratado de não-proliferação e recusa-se a submeter a controle internacional a central nuclear de Dimona, construída nos anos 60 com a ajuda de França.

Os dirigentes israelitas praticam uma doutrina dita de "ambiguidade deliberada", que consiste a afirmar que o seu país não será "o primeiro a introduzir armamento nuclear no Médio Oriente".

In http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Ex-tecnico-nuclear-israelita-Mordechai-Vanunu-condenado-a-prisao.rtp&article=343977&layout=10&visual=3&tm=7

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DN: 'Vanunu recusa nomeação para Nobel da Paz'

Mordechai Vanunu passou 18 anos nas prisões israelitas por ter divulgado a existência do programa nuclear deste país.

O antigo técnico nuclear Mordechai Vanunu responsável pela divulgação do programa militar nuclear de Israel, recusou novamente figurar entre os candidatos ao prémio Nobel da Paz.

"Recebemos duas cartas de Mordechai Vanunu, este ano e no ano passado, nas quais afirma não querer ser considerado como candidato ao Nobel da Paz", afirmou em Oslo a presidente do Instituto Nobel, Geir Lundestad.

A razão apresentada por Vanunu é "não estar interessado na possibilidade de receber um prémio que[o Presidente israelita] Shimon Peres recebeu, uma vez que considera Peres o pai da bomba atómica israelita", disse Lundestad.

Vanunu, 54 anos, tem visto o seu nome surgir há vários anos na lista dos potenciais candidatos ao Nobel da Paz. Lundestad explicou que o Comité Nobel, órgão responsável pela atribuição do prémio, tomou conhecimento da recusa do técnico nuclear, que permaneceu 18 anos em prisões israelitas, mas garantiu que o nome daquele não será retirado da lista. “O seu nome foi proposto por pessoas autorizadas, permanecendo assim na lista".

O técnico israelita foi preso em 1986 por ter entregue dados confidenciais do programa nuclear do seu país e fotografias do centro de pesquisa nuclear de Dimona, deserto do Negev, ao diário britânico Sunday Times.Foi com base nas suas informações que se concluiu ser Israel uma importante potência nuclear, com o sexto maior arsenal deste tipo de armas.

Israel nunca reconheceu a existência de um arsenal nuclear.

In http://www.dn.pt/inicio/globo/Interior.aspx?content_id=1503711&seccao=M%E9dio%20Oriente&page=-1

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DN: 'Vanunu fica em prisão domiciliária'

Técnico que revelou capacidade nuclear do Estado hebreu foi detido por falar com uma norueguesa num hotel de Jerusalém.

O técnico que revelou aos media internacionais a capacidade nuclear de Israel, Mordechai Vanunu,vai ficar em prisão domiciliária durante os próximos três dias, noticiaram esta
terça-feira os media israelitas e as agências internacionais.

Vanunu, de 54 anos, fora detido num hotel de Jerusalém Oriental por estar a falar com estrangeiros e a violar o acordo de liberdade condicional que foi negociado em 2004, quando saiu da cadeia após cumprir uma pena de 18 anos.

"Ele foi preso por ter uma relação com uma mulher norueguesa. Não está a ser acusado de passar segredos nucleares. Ela não está interessada em negócios relacionados com o nuclear. Está interessada nele e ele provavelmente está interessado nela", declarou , citado pela Reuters, o procurador Avigdor Feldman.

Vanunu, foi preso em Itália e julgado em Israel, por traição, depois de ter passado fotografias da central nuclear de Dimona ao jornal britânico The Sunday Times em 1986. O técnico converteu-se depois ao cristianismo e diz que não é israelita. Está impedido de abandonar o Estado de Israel. Ao longo dos anos tem pedido, em vão, asilo a vários países ocidentais.

In http://www.dn.pt/inicio/globo/Interior.aspx?content_id=1458000&seccao=M%E9dio%20Oriente

Diário Digital: 'Israel prende delator programa nuclear por falar estrangeiros'

O dissidente israelita Mordechai Vanunu foi hoje preso, acusado de falar com «vários estrangeiros», o que constituiria uma violação das condições sob as quais foi libertado da prisão em 2004, de acordo com a polícia de Israel.

O israelita cumpriu 18 anos de detenção por ter entregue dados confidenciais do programa nuclear israelita e fotografias do centro de pesquisa nuclear de Dimona, deserto do Negev, ao jornal britânico Sunday Times, em 1986. Na época, ele trabalhava como técnico.

Foi com base nas informações de Vanunu que especialistas concluíram que Israel tinha o sexto maior arsenal nuclear do mundo. Israel não confirma, nem nega possuir o único arsenal atómico do Médio Oriente, numa política de «ambiguidade estratégica».

Depois de deixar a prisão, Vanunu foi proibido de viajar ao exterior, além de conversar com estrangeiros. As restrições, impostas pelo Supremo Tribunal de Israel, foram condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos. Vanunu nega ser uma ameaça à segurança e afirma que quer viver no exterior.

Esta não é a primeira vez que Vanunu é preso por violar as respectivas restrições. Em 2007, foi condenado a seis meses de prisão também por conversar com estrangeiros.

Judeu convertido ao cristianismo, Vanunu afirma que a negativa de Israel em submeter o respectivo programa nuclear a inspeções internacionais agrava as tensões na região e cria cenário para um «segundo Holocausto». Afirma ainda que o Estado judaico não tem direito de existir.

In http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=427967

Vanunu detido por falar com estrangeiros

Mordechai Vanunu foi detido ontem num hotel de Jerusalém Oriental alegadamente por falar com estrangeiros, um gesto que viola o seu acordo de liberdade condicional, noticiam as agências.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Jornal do Brasil: 'Espião nuclear Mordechai Vanunu é condenado a mais 6 meses de prisão'

JERUSALÉM - O 'espião nuclear' Mordechai Vanunu foi condenado hoje a mais seis meses de prisão por um tribunal israelense que o considerou culpado de ter violado os termos do regime de sua liberdade condicional.

A condenação foi ditada por um tribunal de Jerusalém, diante do qual o Estado denunciou que Vanunu tinha violado as restrições impostas quando saiu da prisão, em abril de 2004, após cumprir 18 anos de prisão por revelar os segredos nucleares de Israel ao jornal britânico 'Sunday Times'.

O 'espião nuclear' era proibido de falar com jornalistas estrangeiros e dar entrevistas à imprensa, assim como se aproximar a menos de 100 metros de qualquer representação diplomática estrangeira.

A condenação causou surpresa em círculos judiciais e jornalísticos, que esperavam que o tribunal impusesse um castigo de caráter dissuasório, mas sem enviá-lo à prisão, informa o jornal "Ha'aretz'.

A condenação de hoje ocorre depois do veredicto de culpa que o mesmo tribunal ditou há dois meses, devido a quatorze infrações de contato com jornalistas e tentativa de visitar a cidade de Belém, na Cisjordânia.

Os advogados de defesa, Michael Sfard e Avigdor Feldman, alegaram ao magistrado que os termos da liberdade condicional não eram razoáveis. Agência EFE

In http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2007/07/02/espiao-nuclear-mordechai-vanunu-e-condenado-a-mais-6-meses-de-prisao/

Israel: Mordechai Vanunu sentence clear violation of human rights

Amnesty International today condemned the decision of an Israeli court to sentence Mordechai Vanunu, the anti-nuclear whistle-blower, to a further six months in prison for violating a ban on speaking to foreigners.

The organization considers Mordechai Vanunu to be a prisoner of conscience and calls for his immediate and unconditional release.

"Israel is bound by international law not to impose arbitrary restrictions on Mordechai Vanunu, including on his right to travel within the country or abroad, his right to peaceful association with others and his right to express his opinions," Amnesty International said today.

Article 12 of the International Covenant on Civil and Political Rights (ICCPR), which Israel has ratified and is obliged to uphold, stipulates that:

"everyone lawfully within the territory of a State shall, within that territory, have the right to liberty of movement and freedom to choose his residence" and that "everyone shall be free to leave any country, including his own".

Background:
The Jerusalem Magistrate's Court sentenced Mordechai Vanunu on 2 July 2007 to six months in jail for violating the terms of his parole.

The conditions of Vanunu's parole were issued on his release after serving 18 years in prison for exposing secrets relating to Israel's nuclear capabilities to the British Sunday Times newspaper in 1986. He is former technician at Israel's nuclear plant near the southern town of Dimona. Upon his release in 2004, Vanunu was banned from leaving the country and talking to foreigners without approval, because Israeli authorities claimed he could still divulge classified information. Some two months ago, Vanunu was convicted of 14 parole violations including contact with journalists and attempts to leave Israel proper to go to Bethlehem, which is in the West Bank. The court's sentence was unexpected, and even the prosecution expected the court to hand down a suspended sentence, meant solely as a deterrent.

Amnesty International has up until this date been lobbying for the lifting of restrictions imposed on Vanunu.

"Israel is bound by international law not to impose arbitrary restrictions on Mordechai Vanunu, including on his right to travel within the country or abroad, his right to peaceful association with others and his right to express his opinions" - Amnesty International press release of 19 April 2004 (AI Index: MDE 15/041/2004).

Vanunu condenado a mais seis meses de prisão

Um tribunal israelita condenou hoje Mordechai Vanunu a mais seis meses de prisão. A pena resulta da violação dos termos da liberdade condicional a que Vanunu estava sujeito. [notícia no Metro]

sexta-feira, 18 de março de 2005

BBC: ''Espião nuclear' israelense é indiciado por violar condicional'

O ex-cientista nuclear israelense Mordechai Vanunu foi indiciado por violar os termos de sua liberdade condicional. O indiciamento está relacionado a uma entrevista que Vanunu deu à imprensa estrangeira e ao fato de ter descumprido uma proibição de viajar. Mas ele disse à agência de notícias Reuters que continuará a dar entrevistas, apesar das proibições.

Vanunu ficou preso durante 18 anos por ter revelado detalhes do programa nuclear israelense. Ele foi libertado em abril do ano passado, mas com restrições rigorosas.

Ameaça

Ele tinha sido detido no Natal ao tentar ir à cidade de Belém, na Cisjordânia. Israel afirma que Vanunu ainda representa uma ameaça à segurança. Ele está proibido de deixar o país - incluindo visitas à Cisjordânia e à Faixa de Gaza - e de falar com estrangeiros sem permissão.

O ex-cientista também não pode usar a internet ou telefones celulares, e não pode se aproximar de prédios de embaixadas ou das fronteiras do país. Mas ele deu diversas entrevistas à imprensa estrangeira, inclusive à BBC. Ele nega ter revelado informações confidenciais sobre a instalação nuclear de Dimona.

Vanunu mora atualmente na catedral anglicana de São Jorge, em Jerusalém. "Podem me acusar 50 vezes se quiserem", disse Vanunu à agência de notícias Reuters. "A polícia está fazendo o que deve ao me prender. Ainda tenho esperanças de que eles vão suspender as restrições", acrescentou.

Algumas das restrições a Vanunu expiram no próximo mês. Ele diz que deu entrevistas para evitar um holocausto nuclear. Vanunu foi seqüestrado na Itália por agentes israelenses em 1986, depois de ter dado entrevista ao jornal britânico Sunday Times. A reportagem expôs segedos atômicos israelenses.

In http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2005/03/050317_vanunudtl.shtml

sábado, 27 de novembro de 2004

PÚBLICO: '«No princípio, tinha medo que me matassem, agora não sinto medo algum»'

Em 1986 quebrou o "tabu" nuclear de Israel, revelou que o Estado judaico possuía 200 ogivas, "o suficiente para destruir todo o Médio Oriente". Foi raptado e preso por Israel. Esteve 18 anos e meio na cadeia. Agora, sem passaporte, sem licença para deixar Israel ou falar com estrangeiros, espera um país que lhe dê asilo. Pode ser Portugal. Da nossa enviada Alexandra Lucas Coelho, em Jerusalém

Em Abril, quando terminou os seus 18 anos e meio de prisão, o israelita Mordechai Vanunu procurou "um lugar cristão" para viver, enquanto não lhe davam asilo no estrangeiro. A igreja anglicana de Saint Georges, em Jerusalém Oriental, que tem uma residencial com um belo jardim, acolheu-o. Aqui, o mais célebre ex-prisioneiro de Israel não paga estadia e vive das ajudas que recebe de apoiantes em todo o mundo.

Esta entrevista foi feita num hotel de Jerusalém Oriental faz amanhã uma semana, o primeiro dia em que Vanunu pôde sair à rua depois de uma semana de prisão domiciliária. Uma hora roubada a um longo serão com amigos estrangeiros. Aos 49 anos, o homem que quebrou o "tabu" nuclear de Israel aparenta boa forma física. Não fuma, praticamente não comeu, bebeu vinho tinto e ouviu mais do que falou, enquanto esteve à mesa. Está em constante alerta, olhando à volta, a cada ruído. Pouco antes da meia-noite, despediu-se e fez sozinho os dez minutos a pé até Saint Georges.

Por que é que, apesar das proibições, continua a falar com a imprensa e com estrangeiros?
Concluí que a forma de sair de Israel é exercer a liberdade de expressão. Ao falar, demonstro a Israel que não tenho mais segredos, além do que foi publicado há 18 anos. Tudo o que faço é falar das minhas visões políticas e do que aconteceu na prisão.

Desde que saiu do seu cativeiro, que esforços fez para tentar sair de Israel?
Como não posso ir às embaixadas, através de amigos pedi asilo a muitos Estados: Noruega, Dinamarca, Suécia, Irlanda, França, Canadá, Reino Unido, EUA... Continuo à espera que algum decida intervir e peça a minha libertação. Deviam fazê-lo. Não nos devemos esquecer que Israel pediu a muitos Estados para ajudar os judeus que estavam na Rússia, durante a Guerra Fria.

Até agora não recebeu qualquer resposta?
Não recebi qualquer resposta positiva.

Tem interlocutores em Israel? Gente com quem mantenha diálogo, dentro ou fora dos partidos políticos, no campo da paz, alguém com quem falar?
Tenho alguns, muito poucos, amigos que são contra a política nuclear de Israel, vêm visitar-me. Mas não têm poder. Os palestinianos apoiam-me. Mas do lado israelita, ninguém de qualquer partido me apoia.

Para onde gostaria de ir, se pudesse escolher?
Gostaria de ir à Europa e aos Estados Unidos, viajar. Tenho muitos amigos apoiantes em vários países.

Nos EUA, a ideia é ficar com os seus pais adoptivos, no Minnesota?
Sim. E com amigos. Ir a universidades, ensinar História, falar sobre a paz, movimentos anti-nucleares. Escrever o meu livro. É o meu futuro.

É uma autobiografia?
Sim, para que o mundo conheça a minha história.

Já está a escrevê-lo?
Ainda não, porque a Shabak [ou Shin Bet, serviços secretos internos de Israel] pode confiscá-lo, usá-lo contra mim, para me impedir de sair de Israel. Quero escrevê-lo e publicá-lo quando deixar este país.

O que é que o levou a revelar o arsenal nuclear israelita?
Chamar a atenção do mundo para o que Israel estava a fazer: tinha cerca de 200 bombas atómicas. O meu objectivo era prevenir uma guerra nuclear no Médio Oriente, e impor a Israel que fizesse a paz com os árabes, com os palestinianos. Depois da Guerra Fria, foi um pouco o que aconteceu, Israel começou a negociar com Arafat, houve os Acordos de Oslo [1993]. Nada resultou destas iniciativas. A situação ainda é muito má. Mas uma coisa foi conseguida: Israel não pode usar as bombas atómicas. Era o que eu queria.

Vem de uma família de judeus ortodoxos, em criança estudou numa escola religiosa, trabalhou na central nuclear de Dimona. Quando é que começou a olhar as coisas de uma forma diferente? Como é que chegou a esse momento em que se decidiu pela denúncia?
Antes de Dimona, nunca estive envolvido politicamente, na direita ou na esquerda. Aos 18, 19 anos comecei a criticar as políticas religiosas, judaicas, de Israel, mas não expressava as minhas convicções políticas. Fui trabalhar para Dimona porque precisava de um emprego. Ao fim de um, dois anos, apercebi-me do que estavam a fazer ali. E durante os bombardeamentos israelitas na Guerra do Líbano, em 1982 comecei a ser crítico em relação a Israel. Estava simultaneamente a estudar geografia e filosofia na universidade, e fui desenvolvendo as minhas ideias políticas. Tornei-me cada vez mais crítico. Envolvi-me em política na universidade, a cooperar com os palestinianos, isto à volta de 1983. Ao longo dos nove anos em Dimona tomei consciência deste sistema israelita de engano e mentira numa matéria tão sensível como armas atómicas.

E de repente houve um dia em que decidiu que não queria trabalhar mais ali?
Não. Decidi dois ou três anos antes de deixar Dimona que sairia de Israel e publicaria o que eles estavam a esconder.

Foi por isso que entretanto tirou fotografias e notas?
Sim, para as publicar. Os serviços secretos sabiam que eu estava envolvido em política, com os palestinianos, e chamaram-me algumas vezes para me interrogar. Prometi parar, mas continuei a falar com palestinianos. Tentaram demitir-me. E ao fim de alguns meses, demiti-me. Acabara os meus estudos, não tinha nada a fazer em Israel. Vendi a minha casa, tudo.

E foi para o Extremo Oriente.
Sim, ia a caminho dos Estados Unidos e queria ver o Extremo Oriente.

Onde se converteu ao cristianismo.
Quando cheguei à Áustrália, decidi começar uma vida nova, e parte dessa vida nova era converter-me ao cristianismo.

De onde é que isso tinha nascido?
Desde o fim da adolescência que eu rejeitara ser judeu. Queria libertar-me do judaísmo. Quando estudei filosofia na universidade, essa rejeição continuou.

Falou em libertar-se do judaísmo. O que é que isso significa? O que é que encontrou no cristianismo?
Na fé judaica, não basta rejeitarmos ser judeus. Se não nos convertemos a outra fé, continuamos a ser judeus, ainda que não sejamos crentes e praticantes. Portanto, a forma de me libertar era converter-me a outra fé.

Converteu-se só por isso?
E também para conhecer o cristianismo. Entendê-lo por dentro. Depois gostei muito. Gostei muito da vida e do caminho de Jesus como ser humano na Terra. Ele representa as mesmas questões que eu tenho em relação ao judaísmo. Revi os meus sentimentos nele. E depois na prisão, ao ler, aprendi muito mais sobre a fé cristã.

Na Austrália conhecia alguém? Como foi parar à igreja onde se converteu?
Não conhecia ninguém. Simplesmente entrei numa igreja em Sidney. Comecei a ir a essa igreja anglicana onde as pessoas iam ao domingo rezar. Gostei e decidi baptizar-me.

Quanto tempo passou lá?
Cheguei em Maio, fui baptizado em Agosto. Em Setembro comecei a dar a história ao "Sunday Times", fui para Londres, continuar a fazê-lo. E depois fui raptado.

O que é que aconteceu ao certo em Londres quando conheceu a mulher que o raptou, Cheryl?
Isso foi o que alguns jornalistas escreveram, mas o nome verdadeiro dela era mesmo Cindy. Não era uma espia judia, uma agente da Mossad. Era apenas uma agente dos EUA, talvez da CIA ou do FBI.

Como é que está certo disso?
Estive com ela durante uma semana, falámos, passámos muito tempo juntos. O jornalista do "Sunday Times" Peter Hounan [autor do trabalho de 1986, com as revelações sobre o arsenal de Israel] foi enganado, convencido a encontrar essa mulher e escrever sobre ela.

Então Cindy não é a mesma que o "Sunday Times" foi encontrar na Florida a vender "time sharings", com o nome de Cheryl?
Não. O nome dela é Cindy. De Filadélfia. Americana, não judia. A trabalhar com a CIA ou outra organização que cooperava com Israel.

Quando deu a entrevista ao "Sunday Times", tinha consciência de que algo lhe podia acontecer, ou não? Não receava que Israel o capturasse?
Sim, sabia que iam tentar apanhar-me, raptar-me, matar-me. Mas eu sentia que tinha a obrigação de dizer ao mundo o que se passava.

Entre dar a entrevista e ela ser publicada, tentou esconder-se?
O que aconteceu foi que o "Sunday Times" prometeu publicar a história no domingo seguinte. Mas durante três semanas adiaram a publicação. Pensei que talvez a Mossad me estivesse a vigiar, a seguir. E que deveria sair de Londres até a história ser publicada. Então conheci esta mulher Cindy...

Em Leicester Square. Como era ela?
Jovem, simples, aparência agradável. Não percebia muito de política. Disse que me queria ajudar, contei-lhe que me queria esconder...

Confiou completamente nela.
Sim. Também já não havia nada de secreto, porque o "Sunday Times" tinha ido à embaixada israelita com as informações, com as fotos, para tentar obter uma reacção.

Cindy persuadiu-o a ir com ela para Roma, onde supostamente tinha uma irmã. O que é que aconteceu quando chegaram?
Havia um italiano à nossa espera, com um carro, no aeroporto. Disse que era um amigo da irmã dela. Levou-nos para uma casa num subúrbio de Roma. Mal entrei, atacaram-me. Dois homens atiraram-me ao chão, uma mulher injectou-me uma droga e perdi a consciência. Mais tarde, injectaram-me outra vez. Deram-me roupas, e sob o efeito dessa droga levaram-me para o carro. Tinha consciência do que se passava, mas não tinha controlo, não conseguia fazer nada. Conseguia ver e ouvir.

E Cindy?
Desaparecera. Havia dois homens, um israelita, outro francês, e uma mulher israelita. No caminho, despertei e tentei saltar, parar o condutor, mas bateram-me e drogaram-me outra vez. Ao fim de uma hora chegámos a uma praia abandonada. Levaram-me para um pequeno barco militar, onde passei sete dias, desde a praia até Israel.

Como eram as condições no barco?
Estava num pequeno quarto, com as mãos e os pés presos à cama. Perguntei: "Quem são vocês?" Responderam: "Somos franceses, britânicos e israelitas." Ao fim de sete dias chegámos a Israel e a Shabak estava à minha espera na praia. Levaram-me de carro para a prisão de Ashkelon. Começaram a interrogar-me.

A história de ter escrito na sua mão informações sobre o rapto, e de ter comprimido a mão contra o vidro do carro em que estava a ser levado, aconteceu quando?
Na prisão tinham-me dito para não falar do rapto. E não permitiam aos jornalistas falar comigo. Então decidi dar a informação assim, comprimi-la contra a janela do carro que me levava ao tribunal. E os jornalistas tiraram fotos.

O que escreveu?
Que me tinham raptado em Roma. Que chegara a Roma na British Airways, voo 504, a 30 de Setembro. Porque ninguém sabia o que acontecera.

Na prisão, o que é que o ajudou a sobreviver?
Decidi que não os ia deixar mudar a minha mente, a minha fé, as minhas ideias. Podiam manter-me na prisão, mas o meu espírito era livre, estava nas minhas mãos. Portanto, combati-os protegendo as minhas crenças, mantendo o meu espírito livre.

Como fez isso?
Praticando a minha fé cristã, rezando, pedindo para ver um padre, lendo, ouvindo música, escrevendo cartas, só para provar que era livre.

Nos primeiros 11 anos esteve isolado.
Em total isolamento numa pequena cela de dois metros por três. Durante dois anos, mantiveram a luz acesa durante 24 horas e uma câmara ligada. Não usaram força física contra mim. Fizeram-me uma guerra psicológica, cruel, perturbando-me o sono, atrasando o meu correio, enviando gente que dizia o que lhe apetecesse.

Quando foi libertado, qual o seu primeiro pensamento? Onde é que queria ir?
Depois de 18 anos e meio, acreditava que me iam deixar sair de Israel e viver a minha liberdade, que já bastava de castigo. Mas depois disseram que eu não poderia deixar Israel nem falar a estrangeiros durante um ano. Isso foi muito duro. Os serviços secretos continuam a punir-me.

Teme pela sua vida?
Não, ultrapassei esse medo quando estava na prisão. No princípio tinha medo que me matassem, que nunca mais me deixassem sair. Mas depois decidi ser forte e não temer nada. Agora não sinto medo algum, mas tenho consciência de que podem fazer-me o que quiserem, têm esse poder.

Sente-se sozinho?
Não, tenho muitos amigos, activistas da paz de todo o mundo, da Europa, dos Estados Unidos, do Japão, da Austrália. Apoiaram-me durante a prisão e depois.

Mas no seu dia-a-dia, quem é que tem de próximo?
Não tenho alguém muito próximo. Os amigos são pessoas que vêm e vão.

E a sua família? Os seus irmãos?
A minha família são judeus ortodoxos, portanto não tenho qualquer relação com eles. Apenas com três dos meus irmãos, um é-me próximo, esteve comigo em Saint Georges, com os outros dois estou em contacto telefónico. A minha família verdadeira são os pacifistas que me apoiam.


UM APELO A PORTUGAL

"Quero agradecer aos muitos portugueses que me escreviam quando eu estava na prisão. Havia um grupo chamado Amnistia Internacional 19, de Lisboa. Se querem ajudar-me agora, podem pedir asilo para mim em Portugal. Estou a pedir asilo em muitos países, qualquer Estado que me ajude a sair de Israel seria bem-vindo. Espero que Portugal tenha a coragem e a capacidade para um acto assim. É uma boa notícia que Portugal agora tenha Barroso como líder na União Europeia. Penso que os pequenos Estados têm poder, sentido de justiça e consciência para trabalhar por novas ideias na Europa, para corrigir os erros das velhas superpotências. A Inglaterra fez um grande erro ao estabelecer um Estado judaico na terra palestiniana. França ajudou Israel dando-lhe um reactor nuclear para produzir bombas atómicas. A Alemanha deu-lhe muito poder, dinheiro. Talvez os novos Estados, de Portugal à Polónia, possam fazer muito mais pelos palestinianos, e talvez também pelo meu caso. Visitei toda a Europa, mas não Portugal, e ficaria feliz de ver Lisboa, um dia. Tão cedo quanto possível"
Mordechai Vanunu

In http://jornal.publico.pt/2004/11/26/Mundo/I07.html


A HISTÓRIA DE UM CASO CÉLEBRE

Mordechai Vanunu tornou-se um "caso" internacional no Outono de 1986. Depois de dar ao jornal britânico "Sunday Times" provas de como Israel possuía 200 ogivas nucleares, "o suficiente para destruir todo o Médio Oriente", foi seduzido em Londres por uma espia que se apresentou como "Cindy" e o levou para Roma, onde agentes ao serviço da Mossad o raptaram e levaram para Israel.

Acusado como "traidor" que pusera "em causa a segurança do seu próprio país", foi julgado à porta fechada e condenado. Sucederam-se, em vão, campanhas pedindo a liberdade do "primeiro refém nuclear", de um herói da causa pacifista. Um casal idoso do Minnesota, Estados Unidos, adoptou-o.

Como é que Vanunu - um dos 11 filhos de judeus ortodoxos emigrados de Marrocos para Israel, era ele criança - tomara conhecimento das informações sobre o arsenal? Trabalhando nove anos na central nuclear de Dimona (no deserto do Negev). Um posto modesto, mas com acesso suficiente ao que durante décadas fora escondido às inspecções internacionais.

Cumpridos os 18 anos, Vanunu viu-se livre, mas sem passaporte e sem licença para deixar Israel, falar com estrangeiros ou dar entrevistas, por um ano. Mas, na sua "casa" de Saint Georges, tem recebido visitas de apoiantes internacionais e deu entrevistas. Quando a morte de Arafat foi anunciada, "estava na sala de pequeno-almoço, com amigos, pelas nove da manhã", quando o pátio da igreja foi invadido. "Vimos duas motas a entrar, com dois homens cada, de roupa e capacetes negros. Saltaram, com armas automáticas, e depois chegaram três ou quatro carros da polícia, com agentes armados, aí uns 15. Pensei: 'Andam atrás de alguns palestinianos.'" Mas era mesmo com ele.

"No meu quarto, revistaram tudo, tiraram-me o computador, papéis, CD, DVD, puseram tudo numa caixa e levaram-me para uma esquadra. Disseram-me que era suspeito de não respeitar as proibições de Israel, e acusaram-me de revelar segredos", conta.

Vanunu diz que o mandado de detenção que lhe mostraram tinha data de 19 de Outubro, prova de que "tudo foi montado" para o prenderem nesse dia em que as atenções estavam voltadas para a Muqata, em Ramallah. Levado a um juiz, reafirmou que não tinha mais segredos além dos que revelara em 1986; ficou uma semana em prisão domiciliária.

In http://jornal.publico.pt/2004/11/26/Mundo/I07CX01.html


"Israel Não É Uma Verdadeira Democracia"

Vanunu não acusa só Israel de ser um Estado-apartheid - diz que os judeus não estão preparados para um país secular e democrático.

Que solução defende para o conflito israelo-palestiniano?
A solução é muito simples: que Israel e o mundo respeitem os palestinianos como seres humanos com direitos iguais em Israel.

Em Israel?
Em Israel ou na Palestina. Num único novo Estado que seria para judeus e palestinianos. O que temos neste momento é um Estado-apartheid para os judeus, onde os palestinianos não têm direitos e estão sob ocupação há muitos anos. Israel não é uma verdadeira democracia, qualquer pessoa pode ver isso. Conseguiu fazer uma lavagem ao cérebro aos EUA e outros Estados ocidentais no sentido de acreditarem que era uma democracia, mas de facto não é. O futuro deve ser o estabelecimento de uma verdadeira democracia pelo povo, judeus e palestinianos.

Está a falar de um Estado que significará o fim do sonho sionista, de um Estado judaico, porque muito em breve os árabes serão a maioria. Está a falar do fim de Israel.
O sonho sionista acabou quando um Estado judaico foi fundado em 1948. Os judeus podem continuar a vir para cá. O que precisamos agora é que os palestinianos regressem, os refugiados que vivem em campos há 50 anos.

Essa não é uma perspectiva muito realista. Mesmo figuras empenhadas na paz, dos dois lados, lutam por uma solução de dois Estados. Como poderá o mundo apoiar uma solução como a que defende?
O mundo deve apoiar uma solução de verdadeira democracia. De outra forma, independentemente de Israel, não será uma solução real. A paz real é através de um Estado secular para todos. Se continuarem com este Estado sionista, de apartheid, o conflito continuará. Não é um problema que venha dos palestinianos. Os judeus é que não estão preparados para um Estado secular e democrático.

Sexta-feira, 26 de Novembro de 2004
In http://jornal.publico.pt/2004/11/26/Mundo/I07CX02.html

sábado, 13 de novembro de 2004

Vanunu em prisão domiciliária

O tribunal israelita de Petah Tikva decretou sete dias de prisão domiciliária a Mordechai Vanunu. Durante esse tempo Vanunu não poderá contactar nenhuma das pessoas alvo da investigação em curso. Embora lhe tenha devolvido os telemóveis, a polícia israelita mantém em seu poder o computador portátil de Vanunu.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

PÚBLICO: 'Acusado de ter transmitido informações aos media estrangeiros Israel: "espião nuclear" Mordechai Vanunu foi detido outra vez'

A polícia israelita deteve hoje em Jerusalém o "espião nuclear" Mordechai Vanunu, libertado em Abril, depois de 18 anos de cativeiro. Vanunu, que revelou ao mundo os segredos nucleares de Israel, é agora acusado de ter transmitido "informações secretas a estrangeiros" e de ter violado as restrições que lhe foram impostas pelos serviços de segurança israelitas depois da sua libertação, avança a AFP.

O antigo funcionário do Estado israelita, de 50 anos, foi condenado em 1986 a 18 anos de prisão por traição e espionagem depois de ter transmitido ao jornal londrino "Sunday Times" informações sobre a central nuclear de Dimona (sul de Israel), onde trabalhava.

Depois de ter sido colocado em liberdade, foi proibido de falar com os media estrangeiros e de viajar para fora de Israel num período de um ano. O ex-detido estava ainda obrigado a revelar à polícia as suas deslocações dentro do país.

O Supremo Tribunal israelita rejeitou, no dia 26 de Julho, um recurso de Vanunu contra estas medidas. Depois da sua libertação, Vanunu afirmou várias vezes que queria deixar Israel. "Em Israel não sou livre", disse recentemente à BBC. "A única maneira de sentir e gozar a liberdade e avançar para uma nova vida (...) será quando deixar Israel e puder viver nos Estados Unidos, na Europa ou em Londres", disse.

PÚBLICO.PT/Internacional

Vanunu detido novamente

Mordechai Vanunu foi detido esta manhã em Jerusalém por cerca de 30 a 50 agentes da polícia israelita fortemente armados. Vanunu foi detido na Igreja de St. George, o local onde vivia desde a sua libertação, em Abril. O seu quarto foi revistado, tendo a polícia confiscado apontamentos e um computador. Vanunu é alegadamente acusado de divulgar informação confidencial. [notícia na BBC e no Jerusalem Post]